24/02/2015

Carta de revisor para escritor


Duas Artes e dois Amigos.

Pronome de tratamento: Você.

1 Saudações e conjecturas
2 Dilema de escritor
3 Dilema de revisor
4 Dois espíritos inquietos
5 Quando será o final

1 Saudações e conjecturas

      a) Saudação
“Bom-dia, meu caro amigo!”
Mas não precisa dizer
a impressão que tiver
sobre o que vou escrever.

      b) Partilha de sentimentos
Eis uma rápida mensagem,
para escritor digerir.
Ele encontra revisor
com quem possa dividir
alegria ou aflição
para chorar ou sorrir.

      c) Encontro de inquietações
Amigo! nos seus escritos,
entendo o que o aflige.
Sua arte não é fácil
e um grande talento, exige;
mas a dor de quem escreve
pode ser de quem corrige.

2 Dilema de escritor

      a) Antagonismo problemático
Cai um “temporal” no Mundo
que vem com redemoinho,
que abre e fecha caminho
numa* fração de segundo;
é “pano que não tem fundo”,
é uma “bola dividida”.
São os dois lados da Vida,
na linha polarizada,
dizendo que “é tudo ou nada”:
ou cicatriz, ou ferida.
        *numa - contração de "em uma" para atender à Métrica.

      b) Revolta de quem escreve
Escrever é pra quem sente
vontade de reagir:
se for ferido e cair,
levanta-se novamente;
é quem não vive contente
com crime e barbaridade;
quando vê uma atrocidade,
sente um gosto natural
de acabar com o “vendaval”
no lado da crueldade.

      c) A obra tem seus motores.
Geralmente um livro é feito
por quem se acha inquieto,
insatisfeito com veto
ou lesado em seu direito.
Quem já vive satisfeito,
normalmente não procura
fazer livro nem brochura.
Quem escreve está querendo
resolver ou, resolvendo,
um “problema ou amargura”.

      d) A missão além da conta
Você não chega ao final;
apenas faz uma pausa,
pois sempre uma nova causa
provoca seu cabedal.
Nesse processo causal,
um livro sai publicado
e o público-alvo é saudado
com palavras de atenção.
Assim vai longe a missão
do seu “gênio inconformado”.

3 Dilema de revisor

      a) Correção sem mais efeito
Corrigir é pra quem gosta
de ver tudo consertado.
Mas, quando estou revoltado,
não sei fazer a proposta;
sem pergunta, sem resposta,
não faço a minha defesa;
também sinto a correnteza
que precisa de combate,
mas não entro no debate
que levante uma represa.

      b) Silêncio de quem corrige
A correção da escrita
contagia um revisor.
Sinto a queixa, o amargor
que vêm da palavra aflita.
Na frase que se agita,
muita coisa eu fico vendo.
Por isso, Amigo, eu entendo
o que lhe causa sofrer.
Só não consigo escrever
o que me está doendo.

4 Dois espíritos inquietos

      a) Cabeça “de prontidão”
Você não pede que agende
um assunto ou um adendo.
E quando estou remoendo
os dramas que a Vida acende,
eu ligo e Você atende,
responde imediatamente.
Já outro amigo é ausente
e o telefone, ocupado:
não escuta o meu chamado
ou o chamo “incomodamente”.

      b) Senha de atendimento: “duas Artes!”
“Duas artes, dois amigos”
que se juntam na escrita.
Você anota o que medita,
querendo evitar perigos;
faz texto, produz artigos.
Já eu sou quem se empenha
em fazer o que convenha
pra você escrever certo.
Falando de longe ou perto,
usamos a mesma senha.

      c) “Artistas duros na queda”
Enquanto você seguir
nessa criação infinda,
vai escrever mais ainda;
com você, terei de ir.
Desta vez, vou corrigir
textos pra fazer brochuras.
Somos dois “cabeças-duras”
que têm este mesmo gosto:
derramar suor do rosto
com o calor das leituras.

      d) Árdua, mas gratificante
Se você se sacrifica,
tenho também meu martírio.
Mas, da Arte, um “pé de lírio”
nasce, vem e nos glorifica.
Pra você, é sempre rica
a ideia de “recriar”;
pra mim, é a de “revisar”;
sempre queremos um “pé”,
que dê motivos ou fé, 
pra mais um lírio brotar.

      e) Mãos à obra com retoques
No livro que lhe interessa,
começamos devagar,
como quem vai tatear
um terreno ou uma peça.
Não devo fazer promessa
de um trabalho excelente.
Mas, como sempre, é da gente
“toque de bola” apurado,
deixamos bem lapidado
cada texto componente. 

5 Quando será o final

      a) Desistir não adianta
Eu já pensei em parar
de corrigir obra sua,
mas não paro e continua
o que falei em deixar.
Eu digo que “vou largar...”.
Você diz coisas iguais.
Porém, escreve demais;
um livro aos seus olhos salta;
já eu também sinto falta
das correções textuais.

      b) Quem é do Ar não arqueja.
Procurei uma pessoa
que ficasse em meu lugar,
porém não pude encontrar
quem assumisse a “coroa”.
“Pra não virar a canoa,
eu vou segurar o remo.”
Um “temporal”, eu não temo
e as letras, não enjoei.
Quem é que não quer ser rei
de uma arte ou bem supremo?

      c) Presença de bom motivo
Fica um pouco “divertido”
o que nos torna presentes:
duas artes diferentes,
mas tangentes no sentido.
Talvez eu esteja unido
a Você, na mesma dor.
Nesse “encontro sofredor”,
deve existir um motivo
que faça alegre e ativo
escritor e revisor.

      d) Eis o prenúncio do fim
Nossa cadência é letrada,
vamos andando pra frente.
Nossa luz é ascendente:
clareia longe a passada.
Mas, quando não houver nada
que você queira escrever,
eu também não vou fazer
correção nem comentário;
esse encontro literário
não vai mais acontecer.

21/02/2015

Arte de revisar texto

Estilo e técnica de Valdir

[Lapidar a escrita] (título nosso) 
"É necessário corrigir e reescrever a mesma página várias vezes, lapidando-a como uma pedra preciosa." 
(Rogério Andrade Barbosa, O casaco negro. 2003, pág. 27)

Antecedente cartesiano
1 Sinais de revisão
2 Participação do revisor
2.1 Sobre o tema e o autor
2.2 Com autores: perfil e sondagem
2.3 Sobre textos: organização dinâmica
3 Esforço na correção
   3.1 Mote do revisor de texto 
  O revisor que puder/ 
  passe além da revisão.
   3.2 Revisor, caixa de sugestões
Referências deste capítulo
  a) Autores
  b) Internet

Antecedente cartesiano:
princípio da evidência ou da verificação

Foi Descartes também descobridor/ 
do “princípio da verificação”* —/ 
que, aqui, corresponde à “revisão”/ 
a ser feita no livro de um autor./ 
Então viva mais esse criador/ 
por mais essa função bem concebida;/ 
torna a obra completa e corrigida;/ 
e se tem revisor que se esmere,/ 
cada texto que ele vê e confere/ 
ganha forma, valor e nova vida. 

*Descartes (2000, pp. 71-72): fazer revisões que evitem passar algo em branco.

1 Sinais de revisão

      a) Revisor(a) de texto
Com certeza, a revisão
é parente da Leitura:
palavras têm tessitura*
que exige adaptação;
por isso, é ocupação
de pessoa detalhista.
Ser revisor é conquista
de quem se apaixonou
por leitura e encontrou
sua família de artista. 

*Tessitura: conjunto dos sons que convêm melhor a determinada voz ou instrumento.


Extraído da obra Motivos para a leitura (da nossa autoria).

b) Usar nome, em vez de pronome
Infelizmente, a Gramática
tem pronome indefinido
que deixa mal induzido
quem desenvolve a temática.
Mas, pra¹ sair da estática,
um revisor tem um crivo
e não se torna cativo:
em vez da palavra “algo”,
sugere “fator fidalgo”
porque tem substantivo”.
      ¹ Contração para atender à métrica do verso.

      c) Norma culta
Quando o escritor se aborrece,
pode ser com muita norma
que, da Gramática, se forma,
e o fruto não aparece.
Mas, se é isso que acontece,
cabe mais explicação:
por que sim e por que não,
ele gosta de saber,
mesmo sem se convencer
de que a regra tem razão.

      d) Procura de correção
Um autor faz conteúdo
com textos originais
— específicos e gerais —
que compõem seu estudo;
faz do livro seu escudo
com que bate ou se defende.
Pra* fazer isso, pretende
encontrar um revisor
que seja conhecedor
do que ele não entende. 
      *Pra — contração que atende à Métrica.

    e) A revisão entra em cena.
Um revisor tem a forma
que continua o trabalho.
Pra¹ não ter um ponto falho,
segue o método com a norma.
A palavra, ele reforma;
segue a Metodologia;
devolve tudo no dia,
conforme foi combinado:
cem por cento revisado,
segundo o autor queria.
      ¹pra — contração a fim de atender à Métrica.

2 Partticipação do revisor

2.1 Sobre o tema e o autor

    a) Compromisso com a obra
Se eu pudesse dizer,
falaria deste jeito:
“meu compromisso há de ser
não com o autor, o sujeito,
mas com o que ele quer ter
como algum livro perfeito”.

    b) Partilha de pensamentos
Alguns temas coincidem
no que vão contribuir.
Sempre existe alguém no Mundo
com quem se vai dividir
alegria ou aflição
pra chorar ou pra sorrir.

    c) Encontro de inquietações
Um revisor compreende
um escritor que se aflige.
Quando a arte é diferente,
diferente gênio, exige;
mas a dor de quem escreve
pode ser de quem corrige.

        d) Integração com autor
A “graça” da revisão
está onde um revisor
sugere termo ao autor,
na hora da correção;
onde faz interação
com um trecho original
e uma frase quase igual
à que fez o escritor,
que a aceita com louvor,
mantendo o texto integral.

    e) Credibilidade da revisão
Aí se nota de leve
mais uma nova aliança
que une por confiança
“quem corrige” a “quem escreve”.
A discordar só se atreve
um do outro raramente —
quando surge de repente
conceito ou ponto de vista
que mude o tema da pista
(para entrar noutra corrente).

2.2 Com autores: perfil e sondagem
Obs.: trecho em verso dodecassílabo (12 sílabas métricas)

     a) Perfil maleável e exigente dos autores
Entre os autores que desejam correção,/ 
há os que são no mesmo ponto parecidos./ 
Uns não reclamam e também não dão ouvidos/ 
a quem se importe com um erro ou omissão./ 
Já outro volta com o livro em sua mão,/ 
aí procede a uma leitura atenciosa;/ 
aguça a mente pra ficar mais curiosa;/ 
vai apurar o trabalho realizado:/ 
se, por acaso, um erro só tiver ficado,/ 
irá pedir correção mais minuciosa.

     b) Tempo não calculado para correção
Erro acontece principalmente devido/  
a ser corrido o tempo de envolvimento./ 
Se dividir as horas pelo movimento,/ 
o quociente aparece diminuído*./ 
O tempo necessário é despercebido:/ 
dizer é fácil, mas fazer é diferente./ 
O livro tem uma “dinâmica envolvente”,/ 
mesmo que seja pelos meios automáticos;/ 
também precisa dos seus momentos estáticos,/ 
a esperar por um cuidado condizente.
        *Muito serviço em poucos dias.

        c) Sondar a obra literária
Interferência é mais um ponto crucial./ 
Gente, afinal, nem sempre acata sugestão —/ 
mesmo que aumente a clareza e a precisão/ 
à luz de um método ou norma gramatical./ 
Logo, é preciso outro cuidado especial,/ 
só pra fazer mudança em pouca quantidade;/ 
ser oportuno e dizer com propriedade/ 
o fundamento de qualquer intervenção;/ 
ser muito arguto para ouvir a impressão/ 
e agir dentro de muita espontaneidade.

  d) Inflexibilidade do autor “perfeccionista”*
Erro é comum ocorrer na pontuação,/ 
repetição, ideia fixa ou muito forte,/ 
ou nos escritos da pessoa que se importe/ 
com seu estilo marcante na redação./ 
Quem quer deixar mais livre a interpretação/ 
não gosta muito de alterar o que escreveu:/ 
prefere a falha que, sem querer, cometeu/ 
quando empregou uma palavra inadequada./ 
Cada escritor tem sua “forma festejada”/
de agradar ao público-alvo que escolheu.
        *Intransigente, mas tolerável.

     e) Interação entre escritor e revisor
Outros autores pedem até sugestões —/
opiniões em um processo evolutivo;/ 
um revisor torna-se participativo;/ 
às vezes, chega a fazer considerações./ 
Nesse processo, ele aumenta as suas funções:/ 
pode chegar a ser um prefaciador,/ 
dignificado e promovido no labor,/ 
ser convidado pra festa de lançamento/ 
como sinal de grande reconhecimento/
por seus trabalhos aprovados com louvor.

2.3 Sobre textos: organização dinâmica* 
Obs.: trecho em verso dodecassílabo (12 sílabas poéticas)

     a) Sistematizar assuntos pertinentes
O Universo é um conjunto ou um espaço/ 
onde há um laço de pessoas com ideias;/ 
tem as abelhas que se unem nas colmeias;/ 
tem a família que se une em seu regaço./ 
Assim também, pode se fazer, passo a passo,/ 
agrupamento de temas assemelhados;/ 
por mais que sejam títulos diversificados,/ 
alguma ideia em comum, vão expressar;/ 
um revisor pode montar e organizar/
“quebra-cabeça” de textos desordenados.

     b) Usar a Gramática
Quer seja livro, quer seja monografia,/
em poesia ou em prosa (que é normal),/ 
alguma obra de deleite especial/ 
ou redação a que o aluno tem fobia —/ 
qualquer um desses precisa da Ortografia,/ 
preconizada na Gramática Normativa,/ 
de muita regra obrigatória e optativa/ 
que tem seis classes de palavras variáveis¹/ 
com outras quatro, que já são invariáveis² —/ 
tudo a serviço da linguagem compreensiva. 
      ¹Seis variáveis: artigo, substantivo, adjetivo, pronome, verbo e numeral. 
      ²Quatro invariáveis: advérbio, preposição, interjeição e conjunção.

     c) Encaminhamento a uma editora
Depois que o livro é devolvido ao seu autor,/ 
o mesmo envia seu projeto a uma editora/ 
que faz também a função de distribuidora/ 
(com sua equipe de trabalho promissor);/ 
O livro vai para um grupo avaliador/ 
— assim chamado: Conselho Editorial —/ 
que analisa bastante o material/ 
(no CD-ROM*, ou no papel, ou no disquete);/ 
a esse importante conselho é que compete/
julgar a obra e dar-lhe parecer final. 
    *Tradução: disco compacto apenas para leitura (GENNARI, 1999, pág. 61).

     d) Ultimação do protótipo a ser revisado
Existe mais outro momento do processo:/ 
chega o “boneco” ao poder de seu autor,/ 
que novamente se dirige ao revisor —,/ 
querendo ambos que o livro tenha progresso;/ 
para, mais tarde, ser aceito com sucesso,/ 
aí é feita a derradeira correção;/ 
depois prossegue por última devolução/ 
pra editora fazer seu acabamento;/ 
então é feito retoque e melhoramento;/ 
daí é que sai a primeira edição.

     e) Longa espera e lançamento festivo
Mesmo depois de encerrada a revisão,/ 
o livro tem processamento demorado:/ 
fica de um mês até cinco anos, guardado,/ 
para alcançar a sonhada publicação./ 
Até à fase de venda ou circulação,/ 
vários contornos são feitos no seu trajeto./ 
Pra se tornar um sonho bonito e completo,/ 
é necessário festa no seu lançamento/ 
qual uma comemoração de nascimento/ 
do último filho ou de algum primeiro neto. 

Nota: não se separa um verso do outro, usando diagonal; o uso da mesma aqui serve para delimitar/visualizar melhor a estrofe na tela do aparelho celular.

3 Esforço na correção

      Ramo de atividade
É preciso corrigir
livros e monografias —
uma das grandes manias
que alguém pode adquirir.
Quem leu para redigir
é capaz de encontrar
ideias para ordenar
o que o autor escrever
e dizer-lhe o que fazer
quando sistematizar.

3.1 Mote do revisor de texto:
O revisor que puder/ passe além da revisão

a) Imagem priorizada (introdução do mote)
Lembrando que seu ofício/ 
vem no primeiro lugar;/ 
que não poderá falhar/ 
(mormente no frontispício);/ 
faça mais um sacrifício/ 
para dar ótima impressão./ 
O grau de satisfação/ 
depende desse mister./ 
(O revisor que puder/ 
passe além da revisão.)

    b) Fazer esforço dobrado
Não é bom ser limitado
só ao que diz a Gramática;
convém falar na temática
e no método empregado.
Esteja bem preparado,
de notebook* na mão
e muita disposição
para o que a obra requer.
(O revisor que puder
passe além da revisão.)
      *Notebook: computador portátil.

    c) Ter cultura geral
Saiba o que dizer do erro,
da Ética, da Etiqueta;
o que revela a cor preta*
e a penúria do desterro.
Sobre o lixo no aterro,
diga a contaminação.
Fale sobre a comunhão
que a Igreja faz e quer.
(O revisor que puder
passe além da revisão.) 

*Alusão às matérias O efeito de cada cor e Efeitos fisiológicos das cores nas roupas (site: http://www.tci.art.br/cor/efeito.htm 09/09/2006, 00:08; site: http://www.grito.com.br/artigos/fabricio002.asp). 
Servem para ilustração da capa de um livro.

    d) Sobre o texto corrigido
Diga qual é o proveito
que o livro pode trazer;
se o que o autor vai dizer
já disseram de outro jeito.
Depois do trabalho feito,
dê mais um grau de atenção;
pergunte se a explicação
está conforme ele quer.
(O revisor que puder
passe além da revisão.)

    e) Indicação consequente
Do escritor satisfeito
com um serviço prestado,
virá por ele indicado
outro que dará conceito.
É “lei de causa e efeito”,
dentro da avaliação
de desempenho e padrão
do trabalho que fizer.
(O revisor que puder
passe além da revisão.)

    f) Cuidar de correspondência
Anote com diligência
fax, telefone, e-mail*.
Se puder, vá ao Correio
despachar correspondência.
Fique atento, na sequência,
pra qualquer devolução.
Dê à Comunicação
carro-chefe e um chofer.
(O revisor que puder
passe além da revisão.) 
      *E-mail: caixa postal no computador.

Fechamento (do mote) com sugestão

     Ser modesto e humilde
Porém, não seja arrogante
nem queira ser o maior;
apenas faça o melhor
de modo mais atuante.
Se souber seguir avante,
aceite a nova missão.
Se não tiver condição,
confesse o que não souber.
(O revisor que puder
passe além da revisão.)

3.2 Revisor, caixa de sugestões

     a) Ao revisor que deseja avançar mais*
Além de toda a revisão que ele almeja,/ 
é bom que seja uma “caixa de sugestões”/ 
— pra dar ideias, “palpites” e opiniões —/ 
enquanto junta, sistematiza e coteja./ 
Cada medida sugerida é que enseja/ 
abrir-se um novo leque de alternativas/ 
que pode formar célula de ideias mais vivas/ 
dentro do processo de comunicação,/ 
para aumentar a dose de compreensão/ 
quando o leitor chegar à reta conclusiva.
        *Versos dodecassílabos (12 sílabas  métricas).

     b) Aliados (como outros protagonistas)*
Sendo ele aliado a bons escritores,/ 
seu nome vai ser muito mais divulgado:/ 
é mais conhecido e até, noutro Estado,/ 
talvez possa ter mais interlocutores./ 
É muito comum os empreendedores/ 
fazerem também parceria, união;/ 
(governo convida empregado e patrão/ 
pra juntos fluírem num só desempenho)./ 
Revisor parceiro vai ter mais empenho/ 
e aumenta seu campo de atuação. 
       *Versos hendecassílabos (11 sílabas métricas).

     c) Slogan: “podemos escrever certo”*
Do Brasil, li Machado de Assis,/ 
Castro Alves, José de Alencar,/ 
Azevedo Lobão, Flávio Aguiar./ 
Li também escritor de outro país./ 
Ao fazer a leitura, sempre quis/ 
corrigir uma frase do autor./ 
Hoje em dia, com ar de escritor,/ 
tenho meu novo mundo descoberto:/ 
digo que “podemos escrever certo”;/ 
para tanto, eu sou mais um revisor.
     *Versos em decassílabos (10 sílabas métricas).

Muitas estrofes foram concebidas no calor do trabalho revisório e, portanto, impregnadas desse contexto; já outras nasceram dos momentos de abstração, mas também aquecidas por esse mesmo clima.

Nota de revisão: existe quem condena a repetição da rima — principalmente terminada em "ão", porque acha fácil demais; porém não tive como fugir da mesma e de outras terminadas em "or", por estar usando muitos termos próprios da arte ou ramo aludido e manter a linha temática.

Resferências deste capítulo 

a) Autores

ANDRADE, Mário de. Cartas a um jovem escritor: de Mário de Andrade a Fernando Sabino. 3. ed. Rio: Record, 1993.
ARISTÓTELES. Arte poética. Cap. XVII, item 3 e 4. [Tradução de Paulo Costa Galvão]. Disponível em: http://www.espirito.org.br/portalartigos/diveros/filosofia/a-arte-poetica.html. Acesso em 21 jun. 2004
BARBOSA, Rogério Andrade. O casaco negro. 5. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2003 (Série Biblioteca Juvenil).
_____. Lei Federal 9.610/98, de 19 fev. 1998 — altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
_____. Lei 9.278/96.
_____. Norma da ABNT: NBR 6.023/2002, que dispõe sobre “Informação e documentação — Referências — Elaboração”.
_____. Norma da ABNT: NBR 10.520/2002, que trata da “Informação e documentação — Citações em documentos — Apresentação”.
GENNARI, Maria Cristina. Minidicionário de Informática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
DESCARTES, René. Regras para a direção do espírito. [Tradução por Pietro Nassetti]. São Paulo: Martin Claret, 2000. (Coleção A Obra-Prima de Cada Autor, vol. 45).
ECO, Umberto; MARTINI, Carlo Maria. Em que creem os que não creem. 7. ed. [Tradução por Eliana Aguiar] Rio de Janeiro: Record, 2000.
LOBÃO, Antônio Carlos de Azevedo. É possível ser feliz, fazendo uma monografia: um guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Hucitec, 2004, capa.
SCORTECCI, João; MENDES, Maria Esther. Informações importantes para quem quer publicar um livro. São Paulo: Scortecci, 2005. 

b) Internet

SITE http://www.comversos.com.br/
SITE: buchicho@opovo.com.br)
VARGAS, Suzana. Texto escrito para treinamento no Centro de Formação Banco do Brasil. 
SITEhttp://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/leitura.htm)